António Raminhos: “Se falássemos mais uns com os outros, percebíamos que o que pensamos não está só na nossa cabeça”

Hoje, o humorista estará no Centro Cultural de Mirandela para apresentar o seu espectáculo “Não sou eu…é a minha cabeça”.

Ana Monteiro Fernandes

“Acho que se pode falar de tudo com humor. Se os temas, por si só, já são tão pesados, já são tão difíceis, porque é que vamos colocar ainda mais peso neles? Porque é que vamos colocar mais peso nas situações?”, revelou-nos António Raminhos numa conversa acerca do seu espectáculo “Não sou eu … é a minha cabeça”, que subirá ao palco do Centro Cultural de Mirandela, hoje, às 21 horas.

Trata-se de um espectáculo íntimo em que o humorista, diagnosticado com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), está a falar das suas “histórias, da ansiedade, da perturbação obsessivo compulsiva, do meu próprio estigma com a psiquiatria e a psicologia, e brincar com tudo isso, para criar aquele à vontade para as pessoas perceberem, se calhar, que muitas pessoas que estão ali passaram pelo mesmo que eu”, confessa. Aliás, é esse mesmo o objectivo do espectáculo, que as pessoas percebam que não são as únicas a passar por este tipo de problemas e a pensarem como pensam, lançando a ideia de que nada acaba, só, por ser exclusivo do nosso pensamento.

Em entrevista ao Jornal, Os Mirandelenses complementou ainda que “tem sido muito curioso e, até, gratificante porque é um espectáculo de comédia mas, ao mesmo tempo, é uma partilha e tem momentos muito sérios”, refere.

Frisa ainda que “é muito engraçado, eu estou ali uma hora a fazer texto, mas são histórias verdadeiras e depois tem momentos mais sérios, depois quando chega ali a altura da partilha em que as pessoas podem colocar perguntas e demora sempre muito mais, demora meia hora, 40 minutos. Às vezes digo, “ já chega vamos embora”, continua. Torna-se algo muito íntimo essa partilha, então, saio sempre esgotado, mas acaba por ser gratificante”, reflecte.  

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