Sustentabilidade e devastação dos incêndios em exposição no Centro Cultural de Mirandela

Mostra vai estar patente até dia 3 de Setembro e tem como autores o belga Jean-Pierre Husquinet e a mexicana Emilia Bellon.

Ana Monteiro Fernandes

Foi inaugurada, no dia 14 de Julho, a exposição “Devastação/Ravages”, da autoria de Jean-Pierre Husquinet, natural da Bélgica, e da mexicana Emilia Bellon, do México. O mote centra-se nos incêndios e, como o vereados da Cultura, Vítor Correia, explicou ao Jornal, os Mirandelenses, os dois artistas “têm a particularidade de estarem em Trás-os-Montes, em Vila Pouca de Aguiar, e assistiram a uma devastação, a um incêndio, que os sensibilizou para a exposição. A exposição foi feita propositadamente para ser inaugurada hoje, ainda não tinha sido inaugurada em lado nenhum, foi feita para estar aqui, e esperamos que possa estar em outros espaços expositivos”, revelou.

Quanto ao tema, Vítor Correia complementou “que é muito pertinente e importante. Estamos a viver uma época em que costuma haver muitos incêndios, e procura-se sensibilizar as pessoas para a questão do incêndio, para a questão da fauna, e tudo o que arde e não volta. A partir daqui podemos atrair públicos mais jovens com momentos de oficinas de arte, em que os artistas se disponibilizaram a colaborar. Sabemos que há muita mão criminosa nos incêndios, pelo que é necessária a sensibilização global”, explicou o vereador.

Jean Pierre Hunquinet, co-autor da exposição, referiu que “a temática foi ideia da minha companheira, Emilia, e então decidi fazer igual. Começámos a trabalhar durante o ano passado e trabalhamos durante um ano completo, um pouco mais de um ano, para fazermos a produção de tudo . Então tudo, as peças, são de 2022 e 2023”, explicou.

Emilia  Bellon frisou que a temática da exposição é, essencialmente, sobre “tudo aquilo que se perde e está a desaparecer”, explicou ao jornal. Sobre as frases que também se destacavam nas obras expostas, Emilia referiu que eram  de um poema de um artista e escritor belga que fala dos incêndios”, esclareceu.  

Concluiu ainda que é um “chamar a atenção para tudo  que se está a passar: os incêndios, o aquecimento global. Estes problemas, em parte, são da nossa responsabilidade e podemos, não digo dar um passo atrás, mas cuidar desta riqueza que há no mundo. O que tentamos, pessoalmente, é dar uma voz a todos os que vamos perdendo, morrendo. Falamos das casas, dos campos que se perdem, dos incêndios, do risco que há para as pessoas, mas raramente falamos das árvores e dos animais que também morrem todos os anos. É chamar a atenção para toda essa riqueza, para essa parte do mundo que convive connosco, que não tem voz. É reconhecer que também estão aí e também contam”, concluiu Emilia.

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